Presidência da CCJ está em jogo e Comissão de Saúde é a que possui mais recursos para emendas: R$ 4,4 bilhões; Lira deve se reunir com líderes ainda nesta semana para tentar costurar acordo
Outros partidos também estão na briga. Mas são as duas maiores legendas da Casa que duelam pelos colegiados que possuem mais prestígio e recursos.
Interesses
Pelo alto volume de dinheiro e pelo alcance que ações da saúde têm pelo país, ainda mais em um ano eleitoral, como 2024, PL e PT articulam nos bastidores quem vai ficar com a Comissão de Saúde, por exemplo.
A CCJ foi comandada por um deputado do PT no ano passado – Rui Falcão (SP) – e, por isso, lideranças do PL cobram que seja aplicado um suposto acordo do início de 2023, em que o colegiado ficaria com um de seus deputados.
O PL tem em mente que a CCJ seja presidida por uma bolsonarista considerada raiz: Caroline de Toni (PL-SC). A base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, busca alguém mais moderado, caso a comissão realmente fique com o PL.
Por outro lado, integrantes de outros partidos lembram que a CCJ foi comandada pelo PL em 2021 e, assim, consideram que a comissão deve ficar com alguma outra sigla. O União Brasil esteve à frente da CCJ em 2022.
Preferências
Os partidos com as maiores bancadas eleitas têm a preferência de escolher quais comissões querem presidir. O PL, que elegeu 99 deputados em outubro de 2022, viria primeiro. Contudo, na prática, acordos políticos podem acabar passando por cima disso.
Neste eventual acordo, pode entrar em cena a Comissão Mista de Orçamento (CMO), composta por deputados e senadores. O colegiado é cheio de prestígio e poder por ser responsável pela análise do orçamento federal e aprovação de matérias orçamentárias ao longo do ano.
O PT também está de olho em comandar a Comissão de Segurança Pública. A legenda quer evitar que ela fique nas mãos de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como aconteceu no ano passado.
Lira se reuniu com líderes partidários esta semana para tentar costurar um acordo, mas o impasse permanece. A intenção do presidente da Câmara é bater o martelo até o fim da próxima semana.
Algumas comissões tiveram todas suas emendas zeradas com o veto presidencial, e passam longe do foco da briga dos partidos, como a de Turismo, Minas e Energia, e Trabalho.
O governo afirma que pretende recompor ao menos parte dos R$ 5,6 bilhões em emendas de comissões vetados, mas não apresentou solução até o momento.
Fonte: CNN
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