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Premier de Bangladesh renuncia e foge do país em meio a protestos violentos que deixaram mais de 300 mortos

 












Por O Globo, com agências internacionais — Daca

05/08/2024 08h07 Atualizado há uma hora
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Sheikh Hasina, premier de Bangladesh, fugiu do país — Foto: Kimimasa Mayama/AFP

No poder desde 2009, Sheikh Hasina abandonou o país em meio a fortes protestos populares
A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo e deixou o país nesta segunda-feira, em meio a protestos violentos que deixaram cerca de 300 mortos ao longo dos últimos meses

Após uma jornada de manifestações no domingo, com confronto entre populares e forças de segurança, manifestantes invadiram a residência oficial nesta segunda-feira, enquanto as Forças Armadas anunciaram que um governo interino será formado.

Manifestações: Sobe para 300 o número de mortos após protestos antigovernamentais em Bangladesh
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Hasina, que governava o país desde 2009, era alvo de uma onda de protestos populares desde junho, quando um movimento estudantil começou a denunciar cotas de admissão para cargos públicos – consideradas “arbitrárias” e de benefício de pessoas próximas ao governo. Os protestos ganharam corpo e se transformaram em um movimento antigoverno mais amplo, sendo duramente reprimidos. Apenas no domingo, cerca de 100 pessoas foram mortas. Ao todo, o número chega aos 300.

Com o agravamento dos distúrbios de domingo e o avanço dos manifestantes, Hasina foi transportada para o aeroporto da capital, Daca, informaram fontes diplomáticas. De acordo com a rede britânica BBC, a premier embarcou em um helicóptero e partiu em direção à cidade de Agartala, na Índia.

— Ela e sua irmã deixaram Ganabhaban [a residência oficial da primeira-ministra] e seguiram para um local mais seguro — declarou uma fonte à agência francesa AFP, que pediu anonimato. — Queria gravar um discurso, mas não teve a oportunidade de fazer.

Imagens de redes de TV locais mostraram milhares de manifestantes invadindo a residência oficial da primeira-ministra e comemorando a queda do governo. Dentro do palácio de governo, repórteres no local descreveram a destruição de móveis e peças de vidro. Postagens em redes sociais mostraram pessoas removendo móveis, roupas de cama, plantas em vasos -- e até animais de estimação, incluindo galinhas, patos e coelhos.

Um jornalista ouvido pela AFP afirmou que, em certo momento do protesto, mais de 1,5 mil pessoas estavam dentro da residência oficial.

Em um discurso televisivo, o chefe do Exército, general Waker-Uz-Zaman, anunciou que a primeira-ministra, de 76 anos, tinha se demitido e que os militares trabalhavam para formar "um governo provisório". Ele disse estar se reunindo com "stakeholders" e que consultou representantes dos partidos políticos e da sociedade civil do país antes de fazer a sua declaração.

Analistas apontam que a renúncia de Hasina e sua fuga após 15 anos não significa que o país terá dias fáceis pela frente. Ela há muito tempo esmagou a oposição política e colocou muitos de seus líderes na prisão e, embora eles devam ser libertados neste novo momento, o processo de concordar com um governo interino pode ser turbulento. (Com AFP e NYT)

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